SAGRADA ANCESTRALIDADE: A HERANÇA ESPIRITUAL DE SÃO JOAQUIM E SANTA ANA
Primeira Leitura: Eclesiástico 44:1,10-15
Salmo Responsorial: Salmo 131(132):11,13-14,17-18
Leitura do Evangelho: Mateus 13:16-17
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A Memória de São Joaquim e Santa Ana, pais da Bem-Aventurada Virgem Maria, é uma ocasião para reflexão sobre o papel essencial que a ancestralidade desempenha na história da salvação e como suas vidas encontram ressonância nas leituras propostas.
Na primeira leitura do Livro do Eclesiástico, somos lembrados da importância de honrar nossos antepassados e daqueles que vieram antes de nós. A trajetória de São Joaquim e Santa Ana, como avós de Jesus Cristo, destaca a importância de nossas raízes e da transmissão da fé de uma geração para outra. Eles personificam a continuidade da fé e da devoção, que é transmitida através dos tempos, como uma chama que nunca se apaga. Sua vida exemplar é um chamado para que também valorizemos e preservemos nossas tradições espirituais, passando-as adiante para as gerações futuras.
O Salmo Responsorial, retirado do Salmo 131, acentua o poder da humildade e da confiança em Deus. Reflete-se sobre a escolha de Deus em estabelecer uma morada em Sião e sobre o seu compromisso em abençoar a descendência de Davi. A relação com São Joaquim e Santa Ana é notável aqui, pois foram agraciados com a graça divina de gerar e criar a Virgem Maria, que se tornaria o tabernáculo vivo do Altíssimo. Suas vidas exemplificam a humildade de coração e a confiança absoluta em Deus, que os conduziu em sua jornada de fé. Aprendemos, assim, a importância de abrir nossos corações para a presença divina e permitir que Deus atue em nossas vidas, assim como Ele o fez nas vidas dos santos pais de Maria.
Na leitura do Evangelho de Mateus, somos confrontados com a bem-aventurança daqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir a Palavra de Deus. Essa passagem ressalta a profundidade e o significado oculto das verdades espirituais, que muitas vezes escapam aos olhos daqueles que não têm a mente aberta e o coração receptivo. Em relação a São Joaquim e Santa Ana, encontramos dois exemplos de pessoas que ouviram e obedeceram aos chamados divinos, mesmo que esses chamados não fossem óbvios para os outros. Eles foram agraciados com a graça da maternidade e paternidade divina, apesar de serem inicialmente estéreis. Esse aspecto da leitura nos desafia a estar atentos aos sinais da presença de Deus em nossas vidas, mesmo que esses sinais possam parecer sutis ou desconcertantes.
Portanto, ao meditarmos sobre a Memória de São Joaquim e Santa Ana e ao relacioná-la com as leituras propostas, somos convidados a valorizar e honrar nossas raízes espirituais, a confiar na providência divina e a estar atentos aos sussurros de Deus em nossas vidas. Eles são um lembrete poderoso de que nossa fé é uma jornada contínua, transmitida de geração em geração, e que Deus age de maneiras misteriosas, mas amorosas, em nossa vida diária. Que a inspiração desses santos pais nos impulsione a abraçar a nossa fé com humildade, confiança e coração aberto para a Palavra de Deus.
Shalom!
© Pe. Chinaka Justin Mbaeri, OSJ
Paróquia Nossa Senhora de Loreto, Vila Medeiros, São Paulo, Brasil
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