REFLEXÃO/HOMILIA PARA QUINTA-FEIRA DA DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA DO TEMPO COMUM

A AUTENTICIDADE, HUMILDADE E REVERÊNCIA NA ORAÇÃO POR UMA CONEXÃO GENUÍNA COM DEUS

Primeira Leitura: 2 Coríntios 11,1-11
Salmo Responsorial: Sl. 110(111),1-4,7-8
Leitura do Evangelho: Mateus 6,7-15
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No fundo de nossas almas, ansiamos por uma conexão que transcenda o mundano e toque o divino. É nessa busca de um encontro profundo com o sagrado que nos voltamos para a oração – uma ponte etérea que nos une a um poder superior. Hoje, mergulhamos nas palavras de Cristo na leitura do evangelho e, por meio delas, descobrimos o poder transformador da oração. Ao refletirmos sobre esta passagem, inspiramo-nos também nas lições da primeira leitura, onde São Paulo nos recorda a autenticidade e a pureza que a oração requer, com a ênfase em não sobrecarregar financeiramente os coríntios, o que é um lembrete de que a fé autêntica a espiritualidade transcende o ganho material e exige um compromisso com a igualdade social e a compaixão.

Na leitura do Evangelho de Mateus 6,7-15, o próprio Jesus ensina seus discípulos sobre a essência da oração. Primeiro, ele adverte contra frases vazias e repetições vãs – “Em suas orações, não balbucie como os pagãos, pois pensam que usando muitas palavras se farão ouvir. Não seja como eles; seu Pai sabe o que você precisa antes de você pedir a ele”. Por meio dessas palavras, Jesus revela que a oração não é um esforço estereotipado, mas uma conversa profunda com o Divino. Consequentemente, Jesus dirige sua atenção para o modelo de oração que hoje conhecemos como Pai Nosso, uma expressão sucinta e profunda de todas as nossas necessidades espirituais mais profundas. É um convite para desnudarmos nossas almas, expressando nossas alegrias, medos e desejos mais profundos diante da presença amorosa de Deus. Nesse ato de vulnerabilidade, convidamos a transformação para nossas vidas, pois a oração tem o poder de moldar nossos corações e alinhar nossas vontades com o propósito divino.

Justapondo esta lição aos ensinamentos de São Paulo na Segunda Leitura (2 Coríntios 11,1-11), encontramos um apelo à autenticidade e pureza em nossas orações. A mensagem de Paulo ressoa com os ensinamentos de Jesus, pois ele exorta os coríntios a discernir os falsos ensinamentos e a se manterem firmes na verdade. O contexto sociológico de 2 Coríntios 11,1-11 oferece informações valiosas sobre a dinâmica das comunidades religiosas e suas práticas, particularmente em relação à oração. Compreender o contexto enriquece nossa compreensão das lições contidas na passagem e fornece uma estrutura para conectá-la ao poder transformador da oração. Na época em que Paulo escreveu, a comunidade coríntia estava enfrentando desafios como divisões, ensinos conflitantes e a influência de líderes carismáticos. Este contexto sociológico ilumina a importância do discernimento e da autenticidade na oração. Os coríntios eram vulneráveis ao fascínio de oradores eloquentes e reivindicações grandiosas, que poderiam ter influenciado suas práticas de oração e crenças. Em resposta a esses desafios, Paulo enfatiza a sinceridade e a pureza de seus motivos e ensinamentos. Ele emprega linguagem autodepreciativa para contrastar seu próprio serviço sacrificial com a grandiosidade e autopromoção dos líderes rivais. Isso destaca a necessidade de a oração ser fundamentada na autenticidade, humildade e uma conexão genuína com o divino. As lições extraídas aqui nos lembram de abordar a oração com discernimento, questionando os motivos e ensinamentos daqueles que buscam influenciar nossas práticas espirituais. Da mesma forma, em nossas orações, somos chamados a examinar nossas intenções e motivações. Nossas palavras e súplicas são ditas com um desejo genuíno de comungar com Deus, ou são apenas atos performativos buscando o reconhecimento dos outros? Somos desafiados a sondar nossos corações, para garantir que nossas orações fluam de um lugar de autenticidade e reverência, transcendendo as armadilhas externas da religiosidade. Além disso, a passagem destaca a importância da humildade na oração. O tom autodepreciativo de Paulo nos lembra que a verdadeira espiritualidade não é nos vangloriar ou nos elevar, mas reconhecer nossa dependência de Deus e abordar a oração com humildade e reverência. Convida-nos a abandonar nosso ego e adotar uma postura de vulnerabilidade, reconhecendo nossas fraquezas e buscando a força e a orientação de Deus.

Voltando ao Salmista de hoje no Salmo 110(111),1-4,7-8, encontramos um hino de louvor e ação de graças, exaltando as maravilhas do Senhor. O salmista nos convida a refletir sobre a grandeza e a bondade de Deus, cujas obras são constantes e justas. Neste salmo, vislumbramos o poder da oração como um veículo para reconhecer e comungar com o Divino. É por meio da oração que expressamos nossa gratidão, entregamos nossas preocupações e buscamos consolo e sabedoria na fonte de toda a criação. As palavras do salmista nos lembram que a oração não é um mero ritual, mas um encontro profundo e transformador com a presença divina que molda e guia nossas vidas.

Queridos amigos em Cristo, a oração, quando abordada com sinceridade e pureza, torna-se uma força transformadora em nossas vidas. Abre uma porta para orientação divina, cura e restauração. Por meio da oração, entregamos nossas preocupações, buscamos perdão por nossas falhas e cultivamos um profundo senso de confiança na providência de Deus. É neste espaço sagrado que descobrimos a força para perdoar os outros, estender a misericórdia e abraçar o poder transformador da reconciliação, conforme consagrado na Oração do Pai Nosso. Ao refletirmos sobre os ensinamentos de Jesus e as palavras de Paulo, somos lembrados da interconexão entre autenticidade na oração e o poder transformador que ela possui. Nossas orações, quando oferecidas com um coração genuíno, tornam-se um catalisador para o crescimento pessoal, nutrição espiritual e aprofundamento de nosso relacionamento com Deus. Que possamos abraçar este convite sagrado para nos envolvermos em oração como uma conversa íntima com o Divino. Vamos nos livrar do peso do fingimento, oferecendo nosso verdadeiro eu, vulnerável e aberto, na presença de Deus. Ao fazer isso, permitimos que a oração se torne uma jornada transformadora, onde nossos corações são moldados, nossos espíritos são renovados e somos levados a viver vidas que refletem o profundo amor e a graça que encontramos em nossas conversas sagradas com o Divino.

(CLIQUE AQUI PARA A REFLEXÃO DO PRÓXIMO DIA: REFLEXÃO/HOMILIA PARA SEXTA-FEIRA DA DÉCIMA PRIMEIRA SEMANA DO TEMPO COMUM)

Shalom!
© Pe. Chinaka Justin Mbaeri, OSJ
Paróquia Nossa Senhora de Loreto, Vila Medeiros, São Paulo.
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Chinaka Justin Mbaeri

A staunch Roman Catholic and an Apologist of the Christian faith. More about him here.

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