ABUNDÂNCIA DIVINA EM MEIO À ESCASSEZ
Primeira Leitura: Números 11,4-15
Salmo Responsorial: Sl. 80(81),12-17
Evangelho: Mateus 14,13-21
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Nossa época é frequentemente caracterizada por um desequilíbrio entre escassez e abundância – de recursos, tempo e, às vezes, esperança, a ponto de nossos instintos humanos nos levarem a buscar o que nos falta, a ansiar pelos confortos familiares e a nos fixar em nosso imediato. desejos. As leituras de hoje se encontram em um ponto de convergência para explorar a interação entre nossa escassez percebida e a abundância ilimitada que pode fluir de uma confiança inabalável em Deus.
A partir da primeira leitura do livro de Números, vemos os israelitas vagando pelo deserto e encontrando-se descontentes, apesar de sua milagrosa libertação do Egito. Suas queixas revelam uma visão míope, onde a escassez de certos alimentos ofusca a liberdade abundante que lhes foi concedida. Em seu desejo, eles negligenciam o Deus que os conduziu a este ponto e pode sem dúvida prover para eles. Quantas vezes nos encontramos tão obcecados por nossos desejos, negligenciando a abundância de bênçãos que nos cercam?
E em consonância, o salmista nos chama a abrir bem a boca, um convite para receber o alimento divino que transcende o sustento físico. Essa imagem se estende além do literal para abranger nossos corações e mentes, exortando-nos a sermos receptivos à Palavra e à orientação de Deus. O convite para seguir os caminhos de Deus sugere que a verdadeira escassez não está na carência física, mas em negligenciar o sustento espiritual que leva à satisfação.
Lançando o olhar sobre a leitura do Evangelho, capta-se um momento de abundância divina em meio à aparente escassez. Com cinco pães e dois peixes, Jesus alimenta uma multidão, destacando a natureza milagrosa de Sua provisão. O ceticismo dos discípulos reflete nossa própria tendência de duvidar da abundância divina diante da escassez. No entanto, a multiplicação das escassas ofertas de Cristo ressalta o poder ilimitado de Deus para transformar o pouco em muito.
Queridos amigos em Cristo, refletindo sobre estas leituras, a Igreja nos convida a abraçar a confiança sobre a dúvida. Quando mudamos nosso foco da escassez para a confiança, nos abrimos para a abundância divina que transcende as limitações de nossa perspectiva humana.
É verdade que o conceito de escassez pode se manifestar de várias formas — física, emocional ou espiritual. No entanto, a mensagem dessas passagens é clara: mesmo diante da escassez, a abundância de Deus não está apenas presente, mas é capaz de nos transformar. Nosso papel é cultivar uma confiança que transforma nossas parcas ofertas em vasos para a multiplicação divina. Assim como os cinco pães e dois peixes se tornaram um banquete para milhares, nossa disposição de confiar pode abrir as comportas da graça e provisão divinas.
Ao viajarmos pelo deserto dos desafios da vida, lembremo-nos de que a abundância divina não é limitada pela escassez. Quando confiamos na providência de Deus e nos abrimos à Sua orientação, nossas limitações percebidas podem se tornar terreno fértil para milagres. O convite está diante de nós para mudar nosso olhar da escassez para a confiança e, ao fazê-lo, testemunhar as extraordinárias manifestações da abundância divina que nos aguardam, mesmo em meio às circunstâncias mais desafiadoras.
Shalom!
© Pe. Chinaka Justin Mbaeri, OSJ
Paróquia Nossa Senhora de Loreto, Vila Medeiros, São Paulo, Brasil
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