APRENDENDO COM OS CÃES DOMÉSTICOS E ACEITANDO A PROVIDÊNCIA E ORIENTAÇÃO DE DEUS
Primeira Leitura: Gn 46,1-7,28-30
Salmo Responsorial: Sl. 36(37),3-4,18-19,27-28,39-40
Leitura do Evangelho: Mateus 10,16-23
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Dentro do mosaico da vida, existe uma dança intricada entre confiança e providência, onde os fios da fé se entrelaçam com a mão divina que guia nossos caminhos. É um mistério profundo, semelhante à confiança que os cães de casa depositam na providência de seu dono ou à confiança inabalável que as crianças têm no cuidado e provisão de seus pais. Essa confiança, nascida de um profundo reconhecimento do amor e fidelidade, ressoa no cerne de nosso ser e encontra sua essência refletida nas leituras de hoje.
Na Primeira Leitura do Livro de Gênesis (46,1-7,28-30), somos transportados para um momento crucial na vida de Jacó, também conhecido como Israel. Diante da perspectiva assustadora de viajar para o Egito, ele encontra uma encruzilhada onde confiança e providência se encontram. Este era um momento de incerteza e tumulto, pois o Egito apresentava tanto promessa quanto perigo potencial. No entanto, diante dessas incertezas, Jacó depositou sua confiança na providência de Deus. Assim como os cães de casa encontram consolo no olhar vigilante de seu dono, Jacó deposita sua confiança inabalável na mão divina que guia seus passos. Em meio a incertezas e provações, ele ouve a voz tranquilizadora de Deus: “Eu sou Deus, o Deus de seu pai. Não tenha medo de descer ao Egito, pois farei de você uma grande nação”. Com o coração transbordando de confiança, Jacó embarca nessa jornada, confiante no cuidado providencial de seu Criador.
Da mesma forma, o Salmo Responsorial (Salmo 36/37) ecoa o tema da confiança na providência e orientação de Deus. Ele fala dos justos que confiam no Senhor e encontram refúgio em Seu amor constante. O salmista pinta uma imagem vívida da confiança que os cães de casa têm no cuidado de seu dono, pois mesmo em meio ao caos e à incerteza, eles encontram consolo no olhar vigilante de seu amado cuidador. Da mesma forma, as crianças confiam na providência de seus pais, sabendo que todas as suas necessidades serão supridas. Ao contemplarmos essa imagem profunda, somos lembrados da confiança profunda que somos chamados a depositar nas mãos do nosso Deus amoroso e fiel.
Da mesma forma, na Leitura do Evangelho de Mateus (10,16-23), Jesus prepara Seus discípulos para a árdua jornada que está por vir, alertando-os sobre os desafios que enfrentarão ao espalhar Sua mensagem. No entanto, diante da oposição e perseguição, Ele lhes assegura o cuidado providencial de Deus. A confiança se torna o alicerce sobre o qual eles devem confiar, pois assim como as crianças confiam na orientação e provisão de seus pais, os discípulos são chamados a confiar na providência final de seu Pai celestial. É uma confiança que supera o temporal e o mundano, encontrando força na fonte eterna da orientação e proteção divina.
Ao refletirmos sobre essas leituras sagradas, somos convidados a examinar nossas próprias vidas e a confiança que depositamos na providência e orientação de Deus. Somos como os cães de casa, entregando-nos ao cuidado amoroso do nosso Mestre? Encarnamos a fé infantil que repousa no abraço do nosso Pai Celestial? No mosaico de nossa existência, a confiança se torna o fio que tece nossa jornada, guiando-nos pelos intricados padrões dos desafios e incertezas da vida. É uma confiança que nasce do reconhecimento da fidelidade de Deus, de Seu amor inabalável e de Sua providência divina que transcende todo entendimento humano.
Confiar na providência e orientação de Deus não é uma rendição passiva, mas uma participação ativa em uma dança de fé. É um convite para abandonar nosso próprio controle e entrar no ritmo da graça divina. Isso requer que abandonemos nossos medos, dúvidas e o desejo por certeza, e abracemos o desconhecido com corações abertos e confiança inabalável. Pois na santuário da confiança, encontramos o consolo que os cães de casa experimentam na presença de seu dono e a certeza que as crianças encontram nos braços de seus pais.
Que possamos, como Jacó, os cães de casa e as crianças confiantes, aprofundar nossa confiança na providência e orientação de nosso amoroso Criador. Que possamos entregar nossos medos, dúvidas e ansiedades, e embarcar na jornada com uma fé inabalável, sabendo que nosso Pai celestial nos guiará, protegerá e proverá em todas as circunstâncias. Nessa confiança, encontramos a força para navegar pelas complexidades da vida, a esperança para suportar as provações e a profunda paz que vem do descanso no abraço do Divino.
Shalom!
© Pe. Chinaka Justin Mbaeri, OSJ
Paróquia Nossa Senhora de Loreto, Vila Medeiros, São Paulo, Brasil
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Já rezaste o teu terço hoje?